Quando se olha para um céu
estrelado, é difícil acreditar que aqueles astros se originaram há milhões e
bilhões de anos a partir de nuvens escuras de poeira cósmica e que, um dia,
eles simplesmente morrerão - ou até já podem ter morrido. É isso que nos conta
a professora Thais Idiart, do Departamento de Astronomia do Instituto de
Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo
(IAG-USP). "As melhores condições para se formar estrelas são encontradas
nas chamadas nuvens escuras, que podem ser de gás, de poeira ou
moleculares". O tamanho dessas nuvens é da ordem de centenas de anos-luz -
o que significa alguns bilhões de quilômetros - e a temperatura no interior
delas equivale a aproximadamente -260ºC. É a partir delas que se originam não
apenas uma, mas várias estrelas. Elas quase sempre se formam em grupos,
raramente isoladas.
O processo de formação
desses astros pode levar algumas dezenas de milhões de anos. O primeiro estágio
se dá quando uma massa grande da nuvem começa a se contrair. Devido a
instabilidades gravitacionais, ela pode se fragmentar em pedaços menores que,
por sua vez, também podem colapsar e continuar a se dividir, formando,
eventualmente, dezenas ou centenas de estrelas. À medida que começam a se
contrair, esses fragmentos iniciam uma fase de aquecimento e passam a ser
denominados proto-estrelas. Quando a temperatura no centro deles alcança um
valor alto suficiente para começar a reação de fusão nuclear, a contração para
e a estrela nasce.
O tempo de vida de uma
estrela está diretamente relacionado à sua massa. As de massa bem maiores que a
do Sol, cerca de dez vezes maiores, por exemplo, vão durar dezenas de milhões
de anos, enquanto o tempo de vida do astro solar é de 10 bilhões de anos. Já
estrelas com um décimo da massa solar têm uma expectativa de vida de várias
dezenas de bilhões de anos. A idade atual do Sol é de 4,5 bilhões de anos,
"logo, ele tem ainda uns 5 bilhões de anos pela frente". A professora
explica que, durante as fases finais de vida do Sol, ele irá se expandir até
atingir a órbita de Marte, transformando-se em uma estrela vermelha gigante. Nessa
fase evolutiva, todos os planetas internos, Mercúrio, Vênus, Terra e Marte,
serão extremamente aquecidos. Na Terra, os oceanos se evaporarão e o planeta
perderá sua atmosfera. Terminada a fase de expansão, o astro inicia um processo
inverso: Irá encolher muito até se tornar uma estrela do tipo anã branca. A
energia liberada por ele será menor do que a atual e o que restar dos planetas
internos estará a temperaturas muito baixas.
Mas por que as estrelas
morrem? No núcleo delas, a energia é formada por fusão nuclear, ou seja,
elementos mais leves vão se fundindo e formando os mais pesados com o passar do
tempo. No caso do Sol, o hidrogênio (que é mais leve) transforma-se em hélio
(que é mais pesado) por fusão nuclear. Quando o hidrogênio se esgota no núcleo
da estrela, o hélio começa a se fundir para formar carbono. Mas em uma estrela
com a massa do Sol, a temperatura de fusão do carbono para formar elementos
mais pesados nunca será atingida, então forma-se um núcleo que não mais
produzirá energia e, com isso, começa o processo de morte da estrela.
Legal professor.....abraços
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