quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Reforma do ensino médio não pode sucatear ciência

SBF envia carta ao ministro da Educação com sugestões de como modernizar e aperfeiçoar o ensino das disciplinas científicas nas escolas
A reforma do currículo do ensino médio proposta pelo Ministério da Educação é importante e desejável, mas há de se tomar cuidado para não agravar, em vez de solucionar, alguns dos sérios problemas enfrentados hoje no setor de educação.
Em carta enviada ao ministro Aloizio Mercadante, a diretoria da Sociedade Brasileira de Física manifesta sua preocupação de que as disciplinas de física, biologia e química sejam reunidas sob um único curso de “ciências da natureza”. A iniciativa deve diluir ainda mais a apresentação dos conteúdos científicos, que hoje carecem de aprofundamento e modernização na grade curricular.
Em vez disso, a SBF sugere que haja diversificação optativa no ensino médio, com aumento de carga horária para essas disciplinas destinado aos alunos que pretendem seguir carreira técnica ou científica.

Veja a íntegra da carta enviada ao ministro Mercadante.

Ao M.D.
Sr. Dr. Aloizio Mercadante Oliva
Ministro
c/c Dr. Cesar Callegari
Secretário de Educação Básica
Ministério da Educação
Esplanada dos Ministérios
Bloco L - Ed. Sede e Anexos
70.047-900 - Brasília / DF

Sr. Ministro,
Diante das notícias de que o MEC inicia um processo de discussões sobre a reforma do currículo do ensino médio no País com o objetivo de, até o início de 2013, encaminhar proposta de resolução nesse sentido ao Conselho Nacional de Educação (CNE), a Sociedade Brasileira de Física gostaria de apresentar as seguintes considerações:
• entendemos como necessária uma reforma curricular imediata que leve ao aumento da flexibilidade da escolha de disciplinas por parte dos alunos do ensino médio;
• existe hoje, de fato, uma enorme carência de profissionais formados em áreas técnicas. Como resultado do avanço da economia do País e da necessidade de uma maior competitividade em sua inserção no mercado internacional, essa carência deverá se tornar ainda mais grave nos próximos anos. Para supri-la, defendemos o aumento da carga horária de disciplinas como matemática, física, química e biologia para aqueles alunos que pretendam seguir carreiras técnicas ou de nível superior nessas áreas;
• da mesma forma, julgamos necessária uma discussão urgente que vise a modernização do conteúdo dessas disciplinas, de maneira a torná-las mais adequadas à formação de profissionais do século 21 e de maior interesse aos estudantes do ensino médio;
Pelas razões acima, julgamos um retrocesso danoso aos interesses do País a proposta de reunir o ensino de física, química e biologia em uma única disciplina chamada de “ciências da natureza” (ou equivalente). Entendemos que essa opção levaria a que o conteúdo específico de cada uma delas fosse gravemente diluído e, portanto, irremediavelmente comprometido, ao mesmo tempo em que passaríamos a ter dificuldades quase insuperáveis para a formação e atualização de professores na quantidade necessária e com a qualidade mínima indispensável para ministrar tal disciplina.
A Sociedade Brasileira de Física se coloca de pronto à disposição do Ministério da Educação, do Conselho Nacional de Educação e das secretarias estaduais de educação para debater esses pontos e apresentar sua colaboração para que a proposta de resolução a ser definida venha a melhor contribuir para a formação de jovens mais habilitados para o mercado profissional e o exercício da cidadania plena no Brasil das próximas décadas.
São Paulo, 21 de agosto de 2012
Sociedade Brasileira de Física

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Futebol e Física

Em época de olimpíadas, vamos falar sobre um esporte: Futebol. E claro com um pouco de Física. Os lançamentos, como o tiro de meta ou cruzamentos, é uma possibilidade de analisar o futebol através da física, onde tais lançamentos são analisados nos movimentos bidimensionais denominados Lançamento Obliquo. Esse tipo de analise é corriqueiro em vestibulares e no ultimo vestibular de meio do ano da Vunesp 2012, na prova de Conhecimentos Gerais, essa questão voltou a cair.
Questão 77

O gol que Pelé não fez



Na copa de 1970, na partida entre Brasil e Tchecoslováquia,

Pelé pega a bola um pouco antes do meio de campo, vê o

goleiro tcheco adiantado, e arrisca um chute que entrou para a

história do futebol brasileiro. No início do lance, a bola parte

do solo com velocidade de 108 km/h (30 m/s), e três segundos

depois toca novamente o solo atrás da linha de fundo, depois de

descrever uma parábola no ar e passar rente à trave, para alívio

do assustado goleiro.
Na figura vemos uma simulação do chute de Pelé.

Considerando que o vetor velocidade inicial da bola após o chute de Pelé fazia um ângulo de 30º com a horizontal (sen30º = 0,50 e cos30º = 0,85) e desconsiderando a resistência do ar e a rotação da bola, pode-se afirmar que a distância horizontal entre o ponto de onde a bola partiu do solo depois do chute e o ponto onde ela tocou o solo atrás da linha de fundo era, em metros, um valor mais próximo de:

(A) 52,0.

(B) 64,5.

(C) 76,5.

(D) 80,4.

(E) 86,6.

Resolução:
Nesta questão temos um típico lançamento obliquo onde pede-se para calcular o alcance máximo. Do estudo da cinemática, temos a relação:
Do enunciado da questão temos:
V0=30m/s;
Θ=30°
sen30º = 0,50 e cos30º = 0,85
g=10m/s²